A FORMAÇÃO DO FORMADOR!
A evolução da pedagogia no decorrer da história vem
superando e enfrentando desafios na sociedade do conhecimento por
personalidades nacional e internacional que não mediram esforços e muitos estudos
sobre a questão que envolvem as tendências pedagógicas para atingir objetivos
educacionais, podemos observar na história da pedagogia que autores como Paulo
Freire, Luckesi, Libâneo, Saviani, Gadotti, McLuhan, Fritjof Capra e Jürgen
Habermas entre outros, dedicaram grande parte de suas vidas a estudos que
pudessem contribuir para o avanço da Educação, desenvolvendo teorias para
nortear as práticas pedagógicas, objetivando melhorar a qualidade do ensino que
é aplicado nas escolas.
Vamos observar a ideologia dos professores Saviani e
Libâneo que propõem a reflexão sobre as tendências pedagógicas. Mostrando que
as principais tendências pedagógicas usadas na educação brasileira se dividem
em duas grandes linhas de pensamento pedagógico. Elas são: Tendências Liberais
e Tendências Progressistas. A liberal acredita que a escola tem a função de
preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais, baseadas nas aptidões
individuais. Dessa forma, o indivíduo deve adaptar-se aos valores e normas da
sociedade de classe, desenvolvendo sua cultura individual. Com isso as
diferenças entre as classes sociais não são consideradas, já que, a
escola não leva em consideração as desigualdades sociais. Existem quatro
tendências pedagógicas liberais: A tradicional que foi a primeira a ser
instituída no Brasil por motivos históricos. Nesta tendência o professor é a
figura central e o aluno é um receptor passivo dos conhecimentos considerados
como verdades absolutas. Há repetição de exercícios com exigência de
memorização; a renovadora progressiva
que por razões de recomposição da hegemonia da burguesia, esta foi
à próxima tendência a aparecer no cenário da educação brasileira.
Caracteriza-se por centralizar no aluno, considerado como ser ativo e curioso.
Dispõe da ideia que ele “só irá aprender fazendo”, valorizam-se as tentativas
experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social.
Aprender se torna uma atividade de descoberta, é uma autoaprendizagem. O
professor é um facilitador; A renovadora não diretiva (Escola
Nova) – Anísio Teixeira foi o grande pioneiro da Escola Nova no Brasil. É
um método centrado no aluno. A escola tem o papel de formadora de atitudes,
preocupando-se mais com a parte psicológica do que com a social ou pedagógica.
E para aprender tem que estar significativamente ligado com suas percepções,
modificando-as; E a quarta a tecnicista, Skinner foi o expoente principal
dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Neste método de
ensino o aluno é visto como depositário passivo dos conhecimentos, que devem
ser acumulados na mente através de associações. O professor é quem deposita os
conhecimentos, pois ele é visto como um especialista na aplicação de manuais;
sendo sua prática extremamente controlada. Articula-se diretamente com o
sistema produtivo, com o objetivo de aperfeiçoar a ordem social vigente, que é
o capitalismo, formando mão de obra especializada para o mercado de trabalho.
Agora quanto à tendências
progressistas que partem de uma análise crítica das realidades sociais,
sustentam implicitamente as finalidades sóciopolíticas da educação e é uma
tendência que não condiz com as ideias implantadas pelo capitalismo. O
desenvolvimento e popularização da análise marxista da sociedade possibilitou o
desenvolvimento da tendência progressista, que se ramifica em três correntes: A
libertadora que também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, essa
tendência vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Onde,
para esse, o saber mais importante é a de que ele é oprimido, ou seja, ter uma
consciência da realidade em que vive. Além da busca pela transformação social,
a condição de se libertar através da elaboração da consciência crítica passo a
passo com sua organização de classe. Centraliza-se na discussão de temas
sociais e políticos; o professor coordena atividades e atua juntamente com os
alunos; A libertária que procura a transformação da personalidade num
sentido libertário e autogestionário. Parte do pressuposto de que somente o
vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o
saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. Enfoca
a livre expressão, o contexto cultural, a educação estética. Os conteúdos,
apesar de disponibilizados, não são exigidos pelos alunos e o professor é tido
como um conselheiro à disposição do aluno; A
"Crítico-social dos conteúdos” ou "Histórico-Crítica"
que tendência que apareceu no Brasil nos fins dos anos 70, acentua a
prioridade de focar os conteúdos no seu confronto com as realidades sociais, é
necessário enfatizar o conhecimento histórico. Prepara o aluno para o mundo
adulto, com participação organizada e ativa na democratização da sociedade; por
meio da aquisição de conteúdos e da socialização. É o mediador entre conteúdos
e alunos. O ensino/aprendizagem tem como centro o aluno. Os conhecimentos são
construídos pela experiência pessoal e subjetiva.
Não podemos deixar de registrar que após a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), ideias como de Piaget,
Vygotsky e Wallon foram muito difundidas, tendo uma perspectiva sócio-histórica
e são interacionistas, isto é, acreditam que o conhecimento se dá pela
interação entre o sujeito e um objeto, e essas ideias desses grandes mestres
contribuíram e contribuem com as correntes pedagógicas atuais.
:
Referências bibliográficas:
HEIN,
Ana Catarina Angeloni (org.) Educação e o processo permanente de ação-reflexão:
correntes e perspectivas na construção de práticas inovadoras e inclusivas.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítica-social dos
conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989.
SAVIANI. Dermeval. Escola e democracia.
31 ed. Campinas: Autores Associados, 1997.
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