UMA BOA PARCERIA
Na era contemporânea a contribuição científica da
psicologia é de fundamental importância
no ambiente escolar, pois, se o papel do professor é ensinar e o do aluno é
aprender, a psicologia da aprendizagem tenta contribuir como uma ponte, para
que este processo, que nós chamamos de ato pedagógico, tenha êxito. Podemos
notar então que a psicologia contribui para otimização das relações entre
professores, alunos e demais elementos que interagem na educação, na medida em
que propicia uma visão mais abrangente dos processos de aprendizagem que se
passam no contexto educacional. Assim, partindo-se da psicologia, surgem novos
caminhos para a compreensão dos fatos do cotidiano educacional, possibilitando
uma reflexão conjunta e, consequentemente, o levantamento de hipóteses e
estratégias que venham a sanar as dificuldades emergentes.
Atualmente, a Psicologia da Educação é considerada um
ramo tanto da Psicologia como da Educação e caracteriza-se como uma área de
investigação dos problemas e fenômenos educacionais, a partir de um
entendimento psicológico (MIALARET, 1999). O objetivo da Psicologia da Educação
é o estudo dos aspectos das várias situações da educação, sob o ponto de vista
psicológico e também das relações existentes entre as situações educacionais e
os vários motivos que as determinam. Seu domínio é composto pela análise
psicológica de todos os aspectos da realidade educativa e não somente a
aplicação da psicologia à educação.
Essa ciência
necessita dentro da área educacional desenvolver seu trabalho em conjunto com os educadores de
forma a tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e significativo para o
educando, principalmente no que diz respeito à motivação e às dificuldades de
aprendizagem. Focam a sua ação não apenas nas necessidades da criança na escola
como, também, noutras áreas onde as experiências escolares têm impacto.
Segundo Meira, Antunes et al (2003), quando se unem
profissionais de campos específicos do saber, o diálogo não se estabelece com a
mesma facilidade. Quando se trata de defender seus campos de atuação, a relação
entre esses se torna tensa. A integração torna-se possível quando ambos
contatam que estão enfrentando o mesmo problema e passam a identificar as
contribuições de cada um e de seus saberes na busca de soluções para os
desafios. O que une de fato os vários profissionais é a responsabilidade social
pela formação de uma sociedade melhor. Em psicologia escolar, se caminhando
para a construção de um novo papel, mais coeso, mais flexível, com visão mais
ampla e aprofundada sobre a educação, por meio de uma prática integrada,
interdisciplinar, interativa e coletiva. Meira, Antunes, et al. (2003, p.116),
afirmam que: O pedagogo já há tempo assumiu o papel de formador, cabe ao
psicólogo consolidar a incorporação desse elemento a sua identidade
profissional. A integração de ambos, no trabalho coletivo, é propicia para essa
transformação. O ato de aprender e ensinar são marcados por desejos dos
sujeitos nele envolvido, pelas teorias e práticas educativas referentes a esse
ato, e é nas relações desses sujeitos com seus desejos e nas suas
inter-relações, dadas a partir de um contexto social, em que ambos, psicólogos
e pedagogos, podem debruçar-se como educadores.
Mediante as elaborações lançadas acima podemos
observar que a aliança entre Educação e Psicologia é incontestável e bastante
antiga, não tendo sido preciso esperar o momento recente da constituição da
Psicologia como ciência independente da grande mãe, a Filosofia, para buscar
respostas sobre como se aprende, quem é o sujeito da aprendizagem, como se deve
ensinar, levando em conta as características psicológicas dos alunos, se é ou
não válido aplicar punições e prêmios, qual é a importância da informação no
desenvolvimento humano, em que consiste o ato de comunicação, o que interessa e
dá prazer ao aluno quanto ao aprendizado escolar.
Essa ciência estuda o complexo processo pelo qual as formas
de pensar e os conhecimentos existentes numa sociedade são absorvidos pelo Ser Humano,
desde a mais tenra idade. Para se entender esse processo é necessário
reconhecer a natureza social da aprendizagem. Ela nos fornece uma série de
estratégias, instrumentos e recursos para que o professor possa manejar o seu
ato pedagógico, fazendo a figura de mediador. Mediar é intermediar entre o
conhecimento, sistematizado, organizado, patrimônio da humanidade, e o ser que
está diante do professor, que é o aluno.
Percebamos então que a psicologia educacional em sua
trajetória concentra seus estudos e esforços cada vez mais em uma concepção que seja centralizada nas
relações sociais que ocorrem dentro e no entorno da escola, seguindo rumo ao
delineamento de investigações e práticas que visam não só ao entendimento da
complexidade do fenômeno educacional, mas também à superação de problemas. Tudo
e todos devem ser investigados, contexto
e as relações escola-família, coordenação-professores, alunos-professores,
professores-professores, alunos-alunos, pais-alunos, pais-professores etc,
objetivando uma analise o mais fiel possível da realidade para que de fato se
atinja a superação de problemas latentes que venha atrapalhando e interferindo
no percurso da aprendizagem.
Referência Bibliográfica
HEIN,
Ana Catarina Angeloni (org.) História e Educação: diálogo político, econômico,
social, cultural e epistemológico. Pearson Education do Brasil,,2014.
MEIRA,
Marisa Eugênio Melillo; Antunes, Mitsuko Aparecida Makino (orgs.). São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2 ed., 2003.
MIALARET,
Gaston. Psicologia da Educação. Coleção: Epigênese, Desenvolvimento e
Psicologia. Ed. Instituto Piaget. Lisboa, 1999.
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